Ao meu irmão Antônio Urbano dos Santos ou Tony – como assim o chamavam.
Ao nos movermos nestes post não há tentativa de fazer prosélitos a nenhuma religião e muito menos pregar princípios filosóficos estranhos à crença religiosa pessoal de cada ser. O nosso intuito é o de advertir as pessoas da dependência e destruição de si própria através do alcoolismo e principalmente colocar em evidencia o que vivemos na condição de irmã de um dependente que veio a óbito devido o alcoolismo.
É levar a conhecimento de todos – muito embora tenha consciência de que nem todos comungam com os mesmos ideais – de que somos a somatória de erros e acertos. Acredite quem quiser que estamos arquivando em nosso ser espiritual nossas experiências e, portanto terreno fértil para a colheita futura. Acreditamos piamente que reencarnaremos apresentando essa tendência prematuramente, desenvolvendo a doença com mais facilidade e rapidez, pois a experiência (de vidas passadas) faz a diferença (na vida presente) e se não nos curarmos devidamente agora vencendo o álcool antes que ele nos vença, viremos com predisposições ao mesmo sítio.
A todos aqueles, que agem com ironia quanto a esse assunto, pedimos igualmente que examinem melhor o tema que “SE NOM È VERO, È BENE TROVATO”.
Cada um terá que se munir de paciência e tolerância no trato ao doente alcoólico.
Lembramos a todos os nossos amigos que o homem torna-se livre à medida em que aprende a se conhecer e passa a desenvolver suas potencialidades internas. Há a necessidade de preocupar-se com o seu eu espiritual. Mas, pra quem deseja ser livre, já é hora de libertar-se e como se referiu o nosso amigo lusitano Luís Amaral- a quem amo de coração como uma das almas mais virtuosas e generosas a qual tive o prazer de conhecer, quando se falou de Fernão Capelo Gaivota – um uma outra postagem -, “sacudir a poeira das penas e voar acima dos velhos preconceitos e temores infantis” – Obrigado Luis! É certo que ninguém conseguirá se manter para sempre refratário as novas idéias e novos questionamentos, quanto a questões concernentes ao Espírito.
COGITO, ERGO SUM!
Ótimo! Se pensa, o melhor é pensar bem fazendo o melhor possível para acertar e não tornar-se um fiasco miserável devido aos estragos causados pela decorrência dos próprios atos. Somos energias voláteis, criadoras e estamos a todo momento construindo, inventado, recriando, refletindo, tomando decisões, evoluindo com menor ou maior rapidez, fazemos opções. Há muito a escolher...há muito a descobrir...há muito a explorar. Preguiças mentais não é admissível! Conhecimentos práticos, técnicos, científicos podem até despertar o interesse de muita gente e a ciência avança impulsionando a todos ao mundo exterior e arremetendo ao interior pelo sexto sentido amplo na tomada de consciência que somos eternos e que tudo não termina no tumulo.
Somos exatamente matéria, perispírito e Espírito. Pela matéria vivemos no mundo físico e através do perispírito – que recebe ao longo do tempo diversos nomes, arquivo computadorizado de nossas sensações – vivemos as sensações acumuladas de existências passadas e pela sua plasticidade absorvemos todas as energias com que se coloca a disposição, sendo o modelo organizador biológico e, pelo Espírito somos o princípio inteligente pleno vibrando em uníssono ou não com a Inteligência Suprema.
É preciso ter conhecimento que se vivemos na carne com esta ou aquela tendência e que as tendências não se acabará simplesmente porque morremos. Como individualidades eternas levamos conosco os nossos patrimônios adquiridos e não deixaremos de ter as mesmas aptidões que temos aqui. A vampirização de espíritos que viveram no vícios e ao fazer a grande viagem ainda precisa do liquido pra eles precioso, pois vivem como se ainda estivessem “vivos” passam a sintonizar pela afinidade com os seres humanos furtando-lhe a energia vital e compartilhando de seus vícios, visto ser o espírito vampirizante também um viciado. Obsessores só conseguem agir quando encontram brechas em nossa conduta diária.
“Há dolorosas reencarnações que significam tremenda luta expiatória para as almas necrosadas no vicio. Mongolismo, hidrocefalia, paralisia, cegueira, epilepsia, idiotismo e muitos outros recursos em beneficio da mente desequilibrada. Mas como podem observar SOMOS NÓS MESMOS quem. de certa forma, definimos o nosso futuro, estabelecendo o que seremos e o teremos nas encarnações vindouras. E o perispírito contribui com o registro exato de nossa verdade.
Disse-nos Sócrates de Mileto CONHECE-TE A TI MESMO!
É verdade! Se conhecêssemos a nós mesmos reconheceríamos nossas tendências e buscaríamos mudá-las convenientemente não se deixando arrastar pelas intempéries da vida e pelas armadilhas com toque de ouro a tornar-se maldição como o toque de Midas.
Se tivéssemos fé e força de vontade, sairíamos do poço escuro a que nos metemos por medo de enfrentar com determinismo nossas fobias, inseguranças e desajustes. Se acreditássemos e tivéssemos senso de luta não nos refugiaríamos nos álcool na tentativa de amenizar a dor pois teríamos a certeza de que quando seus efeitos passarem percebermos que temos dois problemas a mais: o financeiro decadente e a dependência escravista.
E se nós tivéssemos a paciência e a tolerância, lutaríamos mais bravamente junto dos nossos quando observássemos seus olhos amortecidos pela dor e pelo entorpecimentos dos sentidos asfixiando-lhe a existência e transformando-os em múmias ambulantes sem sentimentos e sem conexão com a realidade. Até que...tombam vencidos e são depositados em sepulturas os restos dos restos humanos.
A você meu irmão que agora compreende as verdades que quisemos te passar e que nunca aceitastes porque tua sede era maior. Preferiste tombar anulado pelo peso de teus problemas e por não confiar plenamente na tua família que nada mais queria que não o seu bem e a sua recuperação.
Por todas as lágrimas que verteste e por todas as alucinações que passaste em tuas crises finais. Por seus momentos de Delirium Tremens e pela desesperança e dor que vimos estampados em teu rosto que deveria ser jovem aos seus 33 anos, porém de aspecto envelhecido, derrotado, apresentando-se como se tivesse 60 anos, consumido pelo álcool ingrato e destruidor.
A tua falta de fortaleza e pelo declínio moral e físico a que passastes. Pelos risos zombeteiros das pessoas e pelas surras que tivestes deixando hematomas em teu corpo, dos que não te compreendiam a doença e achavam que era sem-vergonhice de tua parte ficar bêbado 24 horas por dia. Pelos revólveres que muitas vezes foram apontados a tua cabeça e que somente por milagre não foram disparados- assim nossa dor seria maior. Pelas vezes que no auge da dor tentaste o suicídio pelo enforcamento e que Deus não o permitiu, pois o socorro chegava rápido e o tirávamos da corda quase desfalecido.
Pelas noites de insônia e tormento total onde gritavas e debatias oprimido pela angustia nas crises alucinatórias e quando não suportavas mais saia as ruas não importando a hora, buscando com os guardas noturnos a “cachaça”, pois os bares e botecos estavam fechados, para aliviar teu interior.
Por cada bofetada que te deram e calado tu recebeste e não nos dizia por vergonha ou medo de nossa reação, para no dia seguinte, ainda, voltar a esmolar nos mesmos lugares uma gota de álcool para aplacar a crise celular desorganizada pela falta do combustível.
E, por fim, receba o carinho desta tua irmã que gostaria imensamente de que outras famílias não passassem pelo mesmo conflito que te vimos passar, alertando agora aos que ainda possuem raciocino lógico e que ainda dá tempo de fugir a essa experiência terrível.
A todos que acompanharam com paciência as postagens neste blog sobre alcoolismo, que de alguma forma –se for pretensão, perdoem-nos – queríamos ajudar informando sobre esse FLAGELO devorador de homens.
Que Deus nos ajude....Um grande abraço a todos.
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